O Centro É Noiz - Parte 1
Se há um lugar em Goiânia que tenho imenso apego, esse lugar é o Centro. É onde eu mais passeava quando ainda nem morava na capital e vinha por aqui apenas de férias. Íamos comprar roupas, ao cine Ritz, comer a maravilhosa pizza do China-Brasil. Depois que me mudei pra cá, continuei visitando e fazendo as mesmas coisas. Cheguei a trabalhar um tempo por lá, passando diariamente na porta do Teatro Goiânia e redondezas.É um lugar cheio de pessoas excêntricas, para não dizer estranhas. Na verdade, é onde tudo se mistura. Gente que vai a passeio, a trabalho, procurar emprego, pedir dinheiro, mostrar suas cirurgias abertas, vender canetas, DVDs piratas, entregar panfleto, te converter, tirar o capeta do seu corpo, cantar música gospel, sertaneja, tocar sanfona, vender goiabas apetitosas, sitpass, água gelada, engraxar sapato, pedir um trocado pra completar uma marmita quando na verdade é pra comprar crack, pedir um trocado "pra comprar um fuminho mesmo, num vou mentir pra senhora não".
Rico em cores, fachadas desordenadas, calçadas sempre lotadas de pessoas passantes, errantes, correndo, se arrastando. Compra-se ouro! A senhora tem um tempo pra responder uma pesquisa? Já fez seu cartão Americanas? Quer comprar um chip? Gravamos seu nome no arroz! Baixou o preço, dona de casa!
Poluição sonora, visual e ambiental, que no fim, se harmonizam. É Goiânia! Quem conhece, ao ver uma foto ou um vídeo já sabe na hora o que está vendo. É de fácil identificação. É nossa identidade.
E lá eu gosto de fotografar.
Abaixo são algumas fotos feitas durante a Maratona FNAC de fotografia, em julho. Era um sábado, ruas vazias e tudo aquilo descrito aí em cima, estava meio escondido. E essa também é a primeira parte desse passeio, entre a praça Cívica e o Lyceu de Goiânia. Na segunda, há um pouco mais de movimento e elementos e foi feita no Mercado Central. Em breve posto aqui.
:)
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